Publicado em:30 de setembro de 2014

Sites brasileiros comentam sobre "Mapa para as estrelas" [Atualizado]



Adoro Cinema:

O próprio título já é uma dica e tanto sobre o filme: trata-se de uma referência ao local onde os astros residem em Hollywood ou, ainda, um meio de chegar até eles. O grupo de personagens apresentado por Cronenberg não é formado propriamente por astros – o mais próximo disto é um garoto de 13 anos (Evan Bird) que estrela uma série de TV de relativo sucesso -, mas principalmente por pessoas que estão dispostas a se tornar celebridades. Entre eles estão um chofer que tenta se tornar ator (Robert Pattinson), uma atriz de meia idade desesperada por um papel que lhe dê visibilidade (Julianne Moore) e uma jovem com várias queimaduras que está escrevendo um roteiro (Mia Wasikowska). A grande sacada do diretor é mostrar a luta pela ascensão deste trio com um olho na obsessão cada vez maior existente nos dias atuais em ser famoso e o outro analisando de forma sarcástica a própria Hollywood – ou ao menos uma de suas vertentes, a que está repleta de picaretagem e vulgaridade.

Francisco Russo – Adoro Cinema

Hollywood já foi tema de filmes memoráveis, como Crepúsculo dos Deuses e O Jogador. O local que simboliza o sucesso e a fama nas telonas sempre despertou uma boa dose de fascínio, seja entre os que ousaram encará-lo de frente ou para os que o acompanham à distância. É de olho nesta sensação que David Cronenberg desenvolveu seu novo filme, Mapas para as Estrelas.

O próprio título já é uma dica e tanto sobre o filme: trata-se de uma referência ao local onde os astros residem em Hollywood ou, ainda, um meio de chegar até eles. O grupo de personagens apresentado por Cronenberg não é formado propriamente por astros – o mais próximo disto é um garoto de 13 anos (Evan Bird) que estrela uma série de TV de relativo sucesso -, mas principalmente por pessoas que estão dispostas a se tornar celebridades. Entre eles estão um chofer que tenta se tornar ator (Robert Pattinson), uma atriz de meia idade desesperada por um papel que lhe dê visibilidade (Julianne Moore) e uma jovem com várias queimaduras que está escrevendo um roteiro (Mia Wasikowska). A grande sacada do diretor é mostrar a luta pela ascensão deste trio com um olho na obsessão cada vez maior existente nos dias atuais em ser famoso e o outro analisando de forma sarcástica a própria Hollywood – ou ao menos uma de suas vertentes, a que está repleta de picaretagem e vulgaridade.

A representação maior deste universo é a personagem de Julianne Moore, em bela atuação. Vivendo de aparências, ela é a típica bagaceira – e nem percebe isto. É através deste olhar cínico sobre as miudezas da Hollywood que está longe dos holofotes nos astros que o filme se sustenta, muitas vezes com piadas sarcásticas e analogias facilmente associáveis a quem conhece um pouco o modus operandi do cinema americano.

O grande problema de Mapas para as Estrelas é que, em sua busca incessante em retratar esta Hollywood que não se vê, acaba se tornando um grande filme B. Afinal de contas, vários clichês típicos das histórias de segunda categoria estão presentes, todos reunidos: incesto, fantasmas, incêndio misterioso, mortes abruptas… E, ao se tornar aquilo que tanto critica, o próprio filme cai numa armadilha. Sem ter mais o que mostrar, acaba sempre se repetindo na sua proposta original. Ainda assim, trata-se de um filme bastante interessante por ressaltar este lado não tão reluzente de Hollywood, que reflete a busca pela popularidade existente não apenas no meio cinematográfico norte-americano.

Diário Cinema:

O longa é uma crítica à atual sociedade viciada em astros e obcecada pela fama, mesmo que por cinco minutos. Acompanha a família Weiss, que tem pseudo-astros problemáticos e polêmicos. A direção é de David Cronenberg, que dirigiu Cosmopólis, filme em que Robert Pattinson atuou.

Inclusive o ator também está no elenco de Maps to the Stars, deixando pra trás as histórias envolvendo vampiros. O elenco também tem Mia Wasikowska, Olivia Williams, Sarah Gadon, Ari Cohen, Carrie Fisher, Joe Pingue, Niamh Wilson, Jonathan Watton, Evan Bird e Kiara Glasco

Sidneyrezende:

No entanto, quem realmente se destaca, ao ponto de ter chances reais de concorrer ao Oscar, é Julianne Moore (Havana Segrand), que está dando shows de interpretação em todas as cenas. A atriz se entregou à personagem de corpo e alma, literalmente, despindo-se de toda vaidade e pudor para dar vida a uma profissional em franca decadência, vulgar e de aparência horrorosa.

“Mapas Para as Estrelas” é interessante, sobretudo para quem não conhece o lado obscuro da indústria cinematográfica. Vale a pena assisti-lo

O Chaplin:

Na opinião de Vinícius Vieira do blog ochaplin.com, Mapas para as Estrelas  “é um excelente filme sobre um retrato deprimente de Hollywood”, mas a atuação de Rob é tímida e deixa a desejar (o que eu não concordo). Se você não se importa com um pouquinho de spoiler, confira as impressões dele logo abaixo.

Do glamour ao transtorno. Em Hollywood, ir de um estágio a outro em, relativamente, pouco tempo não é incomum. Casos desse tipo são explorados a cada nova edição de um tabloide. O que é mais espantoso, no entanto, é a nossa surpresa diante de mais uma celebridade que desceu do Olimpo e demonstrou um comportamento normal, imperfeito como o nosso. É justamente essa expectativa das pessoas comuns em torno dos famosos que pode tornar estes mais vulneráveis à infelicidade. Esse contexto serviu de inspiração para Mapas para as Estrelas, o mais recente filme do diretor David Cronenberg (Cosmópolis, Spider), que, no Brasil, estreou no Festival do Rio 2014.

O filme entrelaça a história de seis personagens que vivem nos arredores de Los Angeles. Agatha (Mia Wasikowska) – uma jovem repleta de queimaduras pelo corpo, oriundas de um incêndio – acaba de chegar à cidade e logo consegue trabalhar como assistente de Havana Segrand (Julianne Moore), uma atriz tão decadente que disputa com outras candidatas um papel num filme sobre sua própria mãe, que fora uma diva do cinema décadas atrás. O agente de Havana também trabalha para Benjie Weiss (Evan Bird), astro de 14 anos de uma série adolescente que, por já ter tido problemas psicológicos, é acompanhado de perto pelos produtores do programa e por seus pais, Christina (Olivia Williams) e Stafford Weiss (John Cusak).

A mãe não tem voz ativa perante os homens da família, e o pai, famoso consultor de autoajuda, é insensível o suficiente para expurgar sua própria filha – responsável por um escândalo que a família esconde a todo o custo – do convívio familiar. Assim que chega a cidade, Agatha revela a Jerome Fontana (Robert Pattinson), um motorista de celebridades que quer ser ator, a intenção de escrever um roteiro para um filme, e os dois dão início a um caso, mesmo que Fontana desconheça completamente o passado de sua pretendente.

Flertando com vários gêneros ao longo de sua carreira como diretor, dessa vez Cronenberg decidiu reunir mais de um deles em Mapa para as Estrelas. E fez isso de maneira bem apropriada. Nas cenas de comédia, por exemplo, os espectadores são presenteados com a opinião sarcástica do diretor em relação a alguns absurdos de Hollywood. Uma cena, em especial, na qual Havana Segrand comemora a morte do filho de sua concorrente ao papel é uma das quais fica evidente o humor afiado de Cronemberg. Também há elementos de suspense e, é claro, os dramas bem explorados de quase todos os personagens, numa amálgama encantadora de 1h50min.

Vale destacar que essa cena não seria tão engraçada se não fosse feita pela premiadíssima Julianne Moore (a atriz ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes), comprovando que ela é uma das atrizes mais versáteis de Hollywood, entregando-se profundamente aos personagens que interpreta. O destaque também vai para o jovem Evan Bird no papel de Benjie Weiss, bastante convincente ao interpretar o galã teen asqueroso e sem exageros nos momentos em que foi preciso demonstrar o lado perturbador do jovem. No entanto, Robert Pattinson – o galã da vida real – demonstra certo desconforto e superficialidade no papel do motorista de celebridades. O público de Cronenberg, mais exigente do que o público de filmes melosos, como Crepúsculo e Água para Elefantes, para quem Pattinson está acostumado a atuar, fica querendo mais desse ator.

É bom iniciar essa maratona do Festival do Rio assistindo a um ácido filme metalinguístico, ou seja, uma obra sobre a indústria do audiovisual. Afinal, as loucuras – no sentido literal e figurado – dos personagens de Mapas para as Estrelas também têm sentido no Rio de Janeiro, a cidade de estonteantes belezas naturais que concentra estúdios de TV e cinema no Brasil e, por isso, o habitat das celebridades e paparazzis tupiniquins. O Cristo Redentor é o nosso letreiro nas montanhas. Hollywood também é aqui.

CinePop:

A decadência da fama, as fortunas ganhas, o status que cada vez mais se torna transparente e uma eterna ponte para realização pessoal de alguns artistas. Como se estivesse com uma poderosa marreta nas mãos, o cineasta canadense David Cronenberg derruba a porta da mesmice e realiza um projeto que foge de qualquer conceito de normalidade. Contando com um ótimo elenco, com destaques para os ótimos Julianne Moore e John Cusack, o famoso diretor realiza uma crítica afiada e cheia de verdades sobre a atual indústria cinematográfica hollywoodiana.

Na trama, conhecemos diversos personagens que por conta de um destino extremamente fictício, em meio ao modelo de família hollywoodiana, se interligam de maneira extrema. Tem a atriz jogada para escanteio pela indústria cinematográfica, um psicólogo que fez fortuna com livros de auto ajuda, um jovem astro infantil que adora se meter em uma polêmica e uma jovem com sérios problemas que acaba de ser liberada de um sanatório. Tem de tudo nesse filme: Dramas familiares, obsessões de todos os tipos, surtos psicóticos.
A construção de grande parte dos personagens é interessante. Dissimulados, excêntricos, desesperados, alucinados, tem de tudo um pouco. O elo de interseção de todas essas figuras cênicas é o intrigante mundo das celebridades. Esse projeto, às vezes, dá a impressão de ser um thriller sobrenatural psicótico, tamanha as cenas esquisitas que somos testemunhas. Os diálogos também merecem uma pequena referência: São sarcásticos e impressionam pela transparência de cada verdade mencionada e jogada no colo do espectador.

Julianne Moore interpreta de forma fantástica sua complexa personagem Havana Segrand. Cheia de problemas de auto estima e inseguranças diversas, uma das protagonistas é uma das maiores criações de Moore nos últimos anos. Merecidamente, essa excelente atriz já levou neste ano o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes e já se coloca com grandes possibilidades de concorrer a uma vaga no próximo Oscar. O ponto negativo vem para Mia Wasikowska com sua Agatha Weiss e para Robert Pattinson e seu Jerome Fontana, ambos totalmente perdidos em algumas cenas. Parece que não conseguiram encontrar seus personagens dentro desse mapa para as estrelas.

Com muitas citações a artistas conhecidos do grande público e algumas situações que de fato aconteceram na realidade, Cronenberg utiliza a troca de perspectivas, entendemos os fatos relatados através dos olhos de vários personagens, o que resulta em um filme um tanto quanto complexo. É como se olhássemos pelo buraquinho da fechadura e enxergássemos um mundo nebulosamente fora de qualquer realidade conhecida onde todos buscam a sua própria liberdade.




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