A premissa do longa é interessante, mas com o passar do tempo tudo começa a soar meio vazio. Não é que o ritmo seja lento, nem incomoda a falta de explicações sobre o passado ou a situação dos personagens, isto realmente não é o mais importante, nem é o cerne da história para que possamos nos prender a isto. É que apenas tudo aquilo parece sem sentido ou que não vai dar em lugar algum. Há quem possa achar que seja o intuito ou que o roteiro seja simples e despretensioso, mas ele acaba soando pobre e fraco, querendo ser ambicioso.
Entretanto é claro que a produção tem seus pontos fortes e podemos falar em especial da atuação de Robert Pattinson. O que poderia fazer muita gente deixar de assistir o filme é na verdade um dos pontos positivos e surpreendentes dele. Pattinson está incrível e dá um verdadeiro show de interpretação, com um personagem complicado, que sofre de distúrbios mentais, ele faz com que você já não imagine outro ator para este papel. Guy Pearce também faz um trabalho fantástico, mas Pattinson rouba a cena especialmente pela pouca expectativa em cima dele.
Outro aspecto sensacional do filme é como os personagens secundários são bem escritos e peculiares, cada um deles extremamente bem pensado, cheios de força, tudo isto sentido em poucos segundos em cena. Obviamente são pouco trabalhados, incitam a curiosidade do público e aumentam ainda mais as perguntas do que pode ter acontecido para que todos os personagens tivessem o destino que tiveram, inclusive os protagonistas.
A trilha sonora também é um tanto peculiar, quase ausente durante todo o filme, ela aparece junto com novos cenários, casando com estes personagens um tanto irreverentes. No geral acho que o trabalho de som está um pouco ausente, mas ele dá um caráter único e original à produção, enquanto a trilha também traz uma seleção boa de músicas, apesar de inusitada.
Um quesito que me incomodou bastante foi a finalização de cor, ou talvez tenha sido um erro da direção de fotografia, que foi a diferença gritante na cor e iluminação das cenas internas para as externas, praticamente todas sequências que foram gravadas internamente dá a aparência de que está de noite, e quando os personagem saem, está de dia. Entretanto, a paleta de cores escolhida para a maior parte do filme, conseguiu combinar com o que imaginaríamos de um faroeste futurístico, com tons pasteis belíssimos.
Ao chegar ao final do longa você apenas quer saber o que é que explicará as ações dos protagonistas, o que faz com que eles sigam nesta missão com tanta força de vontade e sem olhar para trás. Quer queira quer não, apesar das poucas informações, ou por causa delas, criamos expectativas em cima das ações dos nossos personagens, questionamos e imaginamos sobre seu passado e seu futuro, queremos saber o que fez que se unissem da maneira que o fizeram, como irmãos. Mas pouco nos é dado, talvez nos surpreendemos, que enfim há um pouco de humanidade, após tanto sangue e tantas vidas descartáveis, mas por fim, ainda nos sentimos pouco respondidos, agora, de uma maneira incômoda.
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