AdoroCinema:
Toda esta jornada é transmitida pelo diretor David Cronenberg através de diálogos densos, repletos de frases a pensar, que abordam temas profundos como o capitalismo e o mercado global. Há um vasto simbolismo explorado, desde a figura do rato como “moeda mundial” até a exploração da nudez de uma das parceiras de Eric – é a luxúria lhe trazendo a necessária emoção de momento. Um contexto ao qual Robert Pattinson se encaixa bem, por não lhe exigir transmitir muitas emoções. Seu Eric Parker é seco e cínico, na medida exata para o personagem. Além disto, Pattinson estrela uma cena marcante, quando passa por um exame de próstata dentro da limusine. Seu rosto de desconforto em meio à luta para manter fluente a conversa com uma de suas assessoras chama a atenção. Leia mais... SRZD:
Tendo o novo ídolo adolescente, Robert Pattinson, como protagonista, Cronenberg se apropria do universo criado pelo escritor Don Delillo em seu livro, o transpondo para as telas, narrando a história de um jovem bilionário de 28 anos, que cruza Manhattan, em Nova York, dentro de sua limousine, com o único objetivo de cortar o seu cabelo. Só que, durante o rallentado trajeto, vários “personagens” cruzam o seu caminho, dentro e fora do veículo. Dentre eles uma senhora louca (Juliette Binoche), um ativista revoltado (Mathieu Almeric), outra doidinha (Samantha Morton), e por ai vai. Só que o papo que eles levam não passa de epigramas melancólicas sobre vagos princípios universais que não mostram sinais nenhum de entendimento. Monotonia pura. Leia mais …
DCI:
Quanto ao roteiro, o diretor afirma que conseguiu escrever todos os diálogos em apenas seis dias. Segundo David Cronenberg, ele nunca havia feito algo assim. Os três primeiros dias foram reservados a passar os diálogos do livro de DeLillo para o computador, sem mudar ou acrescentar nada. Leia mais …
Boa Informação:
“O carisma de Robert Pattinson em ‘Crepúsculo’ é evidente e vi que ele seria perfeito para o tom do meu filme. Não foi uma questão apenas de interpretação”, revela Cronenberg, que ainda viu mais dois filmes menores (“Poucas Cinzas” e “Lembranças”) do ator para finalmente chamá-lo. Leia mais …
Jornal de Floripa:
Aquele das interpretações antinaturalistas, em que os personagens parecem, talvez, drogados. Ou sonados como velhos boxeadores depois de apanhar. É assim nos primeiros diálogos do filme, em que o motorista adverte Eric Packer (Robert Pattinson) de que aquele será um dia de trânsito terrível, porque vai passar o presidente. “Que presidente?”, replica Packer. Leia mais …
Pipoca Moderna:
O personagem odiável da vez é um grande investidor financeiro. Ele quer atravessar Nova York em sua limousine para cortar o cabelo. No caminho, tem diversos encontros dentro do veículo. Na verdade, as figuras que entram no carro são a armadilha de Pattinson. Todas são mais interessantes e simpáticas do que o protagonista. Leia mais …
IG
A certa altura de “Cosmópolis”, o jovem bilionário vivido por Robert Pattinson recebe um médico dentro de sua limusine branca, para uma consulta de rotina. Entre os exames feitos, está o toque retal, em que o doutor introduz o dedo no ânus do paciente para detectar irregularidades na próstata. Pattinson não apenas fica de quatro na limusine como faz uma reunião com uma de suas funcionárias enquanto o exame é feito. E ainda aparenta um misto de desconforto e excitação com a situação – sentimentos que são compartilhados por sua subordinada, vivida por Emily Hampshire.
E Robert Pattinson? Merece parabéns pela coragem em aceitar um papel oposto a sua imagem de galã juvenil e também por sua ótima atuação. Ele constrói um Eric Parker gélido e impassível, mas que deixa escapar medos e inseguranças por baixo da imagem de frieza. É sua melhor interpretação até hoje. Leia mais...
“Vamos falar sobre coisas e pessoas”, diz Packer ao seu possível assassino. Se essa fosse a premissa de Cosmópolis, novo filme do diretor canadense David Cronenberg, talvez seus mais de 100 minutos chegassem com mais facilidade ao espectador. Mas, não é; logo, a facilidade não vem. Contudo, é a essa missão que os personagens, saídos do romance homônimo de Don DeLillo, se lançam: falar sobre coisas e, esporadicamente, pessoas.
O romance de DeLillo, de 2003, se apoia em algumas previsões feitas por Karl Marx no Manifesto do Partido Comunista, de 1884, para torná-las palpáveis numa sociedade lavada pelos avanços tecnológicos e onde o capitalismo já chegou aos extremos mais absurdos. Se George Orwell cria um panorama assustador em seu 1984, a realidade projetada por DeLillo e recriada por Cronenberg é ainda mais aterrorizante. Se lá, a ameaça vem de um sistema de opressão e controle ditado por um Big Brother dono da verdade absoluta, aqui, ela tem outros contornos; uma vez lidando com interesses pessoais, o inimigo está ao lado e não no alto da pirâmide, e as relações humanas esbarram no instinto animalesco – para fazer outra citação orwelliana. Leia mais...
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