Publicado em:23 de janeiro de 2017

Kristen fala sobre Come Swim com o Refinery 29

Kristen conversou com o site Refinery 29 durante o Sundance para falar sobre seu curta, Come Swim, e também falou sobre a história por trás do filme e muito mais.


Claramente, Kristen Stewart sabe como é ter seu coração partido.

Eu não sei disso por causa de todas as manchetes nos tablóides, ou porque ela confiou em mim, ou porque ela finalmente revelou a história detalhada da sua vida amorosa amplamente alvo de obsessão em uma entrevista confidencial. Eu sei que Stewart teve experiências com a tristeza causada pelo coração com o que eu vi em sua estreia como diretora, Come Swim, um filme de 17 minutos que foi exibido no Sundance Film Festival na última semana.

Stewart escreveu e dirigiu o filme como parte do programa Shatterbox Anthology do Refinery 29. O curta foca no dia de um homem, alternando entre representações artísticas e abstratas de seu coração partido (paredes desmoronando, ondas enormes quebrando em cima dele) e cenas alarmantemente realísticas mostrando-o em um cubículo, tentando trabalhar. Por todo o filme, nós ouvimos fragmentos de uma conversa passada entre nosso herói (Josh Kaye) e sua ex, parecendo coisas desinteressantes como natação e água. Esses são os tipos de conversas que nós repetimos em nossa mente após um término – desejando que tivéssemos as apreciado no momento, desejando que pudéssemos tirá-las de nossa mente.

Nós perguntamos para Stewart o motivo pelo qual ela fez o filme, como é ser uma cidadã no governo Trump, e o que falta para mais mulheres conseguirem fazer seus filmes.

Como você conseguiu a ideia para Come Swim? Eu li que você foi inspirada por uma de suas pinturas.

Eu estava focada em capturar a imagem desse homem muito contente ao dormir no chão do oceano. Eu realmente fiquei obcecada com colocar alguém em algum lugar que eles não habitam naturalmente, e fazer com que eles residam. Nessa época da minha vida, isso era incrivelmente atraente para mim, era apenas sobre isolação. Os anos passaram e eu estava ocupada fazendo outras coisas, e eu percebi que tudo o que eu escrevi durante os últimos cinco anos era a mesma coisa. É o mesmo poema, de novo e de novo e de novo. É tipo, que porra é essa, é muito redundante, e obviamente isso precisa sair para que eu possa seguir em frente.

Então eu fiz uma pintura disso. É muito simples – o clímax do filme é inicialmente incrivelmente grande e épico, na própria experiência dele. Então na segunda vez que nós vemos, é incrivelmente normal e meio estúpido, tipo um pouco engraçado. O ponto é parar de engrandecer sua própria dor. Todos somos os mesmos. Nós somos simples como o dia, cara.

A maioria das pessoas ainda não viram Come Swim, então explique sobre o que é.

Oh cara, esse filme é completamente sobre um coração partido. Eu definitivamente não vou me afastar disso, esse é absolutamente o assunto. É a primeira queda nesse inferno existencial. Você pode se atacar com memórias ou, dependendo da perspectiva, você pode chegar para trás e dizer, “Na verdade, nem tudo foi ruim. Isso foi divertido, nós nos divertimos e foi legal.” Então eu falei para meus dois atores brincarem na piscina e falarem um com o outro e dei para eles umas palavras chaves. Mas eles disseram algumas coisas que improvisamos e fizeram parecer bem negativas e aterrorizantes no começo.

Ele está se matando com essas memórias e seu cérebro está tão despedaçado e ele literalmente não consegue tirar as vozes de sua cabeça, mas na realidade não era tão ruim. Ele se arrepende de tudo que disse e fica tipo, “Ugh, por que eu não poderia ter feito isso diferente?” Ele reavalia tudo e repassa cada palavra que disse para ela tipo, “Como eu poderia ter salvado isso, como eu poderia ter consertado isso, é tudo minha culpa, eu fodi com tudo.” Na segunda parte do filme, você fica tipo, “Cara, você não fez nada disso. Apenas acabou, isso é o que aconteceu.” Eu queria colocar para fora essa dificuldade incrivelmente interna e então ver novamente de fora.

Como você se descreveria como diretora?

Eu sou uma pessoa muito obsessiva, o que eu acho que é completamente necessário. Você tem que ser um pouco louca para se colocar em algo assim e fazer acontecer. Eu provavelmente fui um pouco mais controladora do que eu pensei que seria. Minha coisa favorita no mundo é quando algo começa e parece que anda sozinho. Quando algo é muito bom, e é raro – honestamente eu já fiz milhões de filmes ruins. Não ruins, mas algumas vezes ele não ficam como deveriam, e quando ficam, parece que está flutuando e você só assopra para deixar no alto e isso completamente aconteceu. É muito clichê, parece muito pretensioso dizer isso, mas é como um barco e você fica, “Isso foi muito legal, eu nem sei como aconteceu”, e é real.

Há muita discussão atualmente sobre as mulheres em Hollywood e a necessidade de mais diretoras. Como você vê o problema?

Eu estou muito feliz de estar vivendo no ano que estou porque tem sido um processo lento. Mas eu vejo progresso e é tudo baseado no desejo. É contagioso. Honestamente, assim que começar a acontecer um pouco mais, isso vai naturalmente. As mulheres assistem filmes dominados por homens, tipo, mais mulheres assistem filmes que homens. Nós precisamos perceber que podemos focar em nós e explorar isso. Há tantas histórias que não foram contadas, é louco. Alguém precisa fazer uma história de amor moderna, alguém precisa fazer algo atual, ao invés da merda que estivemos vendo por anos. É satisfatório mas não é o que as pessoas estão passando.

Não quero trazer a posse ao assunto, mas agora, as pessoas estão com muita raiva e isso é muito bom. É muito longe de complacente, e eu sei que é fácil mudar isso porque há pessoas loucas dizendo, “Por que vocês estão com tanta raiva? Não tenham tanto ódio.” Mas, “Não, eu te odeio pra caralho e vou falar sobre isso.” Eu acho que vamos experienciar uma revolução artística séria. Essa é minha vida.

Você se vê dirigindo um longa metragem?

Sim. Sinceramente, demorei tanto tempo, tipo não posso acreditar que já tenho 26 anos e eu acabei de fazer meu primeiro curta. Eu não vejo essa enorme distinção entre atuar e dirigir do jeito que eu abordo. Então, eu quero me permitir aproveitar o momento e me dar essa confiança. Ainda assim, eu amo o que eu faço. É mais ou menos a mesma coisa. Quando é bom e coesivo e certo… Eu fico com os olhos felizes de um jeito maníaco, eu fico tão animada quando algo funciona que eu literalmente pareço uma pessoa louca. É muito satisfatório, é louco, eu ranjo meus dentes.

Você tem algum conselho para jovens mulheres que querem se tornar diretoras?

Todo mundo que conheci que está fazendo as coisas por eles mesmos e realmente se forçaram a fazer isso, você não pode entrar no caminho deles. Não há nada os parando e eu diria, acredite nisso. Há pessoas que desesperadamente veem as coisas e querem explicar a beleza de algo. Se você tem isso, então você consegue. É o pior conselho do mundo, mas acredite no desejo. É a pior coisa do mundo querer fazer algo e se privar disso. Apenas faça.


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