Publicado em:14 de setembro de 2015

Nova entrevista de Kristen para The Daily Beast

Kristen conversou recentemente com o site The Daily Beast sobre Equals, sobre os direitos LGBT, as modernidades da nova geração e muito mais! Confira:

VENICE, ITALY - SEPTEMBER 05:  Kristen Stewart attends the premiere of 'Equals' during the 72nd Venice Film Festival at Sala Grande on September 5, 2015 in Venice, Italy.  (Photo by Tristan Fewings/Getty Images)

“Ela não é somente muito bonita, mas ela é muito vulnerável,” diz o cineasta Drake Doremus. “Você apenas ama assisti-la. Há muita coisa acontecendo por trás da aparência.”

O diretor está falar sobre o grande número de talentos de sua estrela, Kristen Stewart, que não somente mantém um close-up melhor do que qualquer outra atriz, mas, devido ao reservatório emocional anteriormente citado, possui a incrível capacidade de transmitir mais com um aceno de cabeça ou ombros do que a maioria pode com um monólogo de 5 páginas. E acredite em Doremus – o cara sabe uma coisa ou duas sobre atrizes talentosas, já que reuniu duas garotas de grandes nomes, Felicity Jones e Jennifer Lawrence, em seu segundo trabalho, ‘Loucamente Apaixonados‘.

O último de Doremus é Equals, que está tendo sua estréia Norte Americana no Toronto International Film Festival. Nele, Stewart interpreta Nia, uma jovem mulher em uma harmoniosa sociedade futura chamada de “The Collective” onde todos andam em ternos Nehru brancos, e as emoções foram erradicadas. Aqueles que demonstram emoção são chamados de “Defects,” e são mandados para uma enfermaria para serem mortos. Quando seu colega de trabalho, Silas (Nicholas Hoult), se apaixona por Nia, os dois são forçados a fugir ou enfrentar a terminação.

É um filme que explora o primeiro amor, e não poderia ter vindo em uma melhor hora para Stewart e Hoult. As gravações começaram em agosto de 2014, e o par de estrelas jovens tinham acabado de passar por um término de alto perfil (Robert Pattinson e Jennifer Lawrence, respectivamente).

“Foi incrivelmente doloroso,” diz Stewart, sentada em um clube noturno vazio no centro de Toronto. “Ugh, me mate. Foi realmente um bom tempo para nós dois fazermos esse filme. Nem todos os meus amigos passaram pelo o que eu passei, ou experimentaram isso em uma idade muito jovem, falando relativamente, e não estavam esperando nada de nós. Tudo o que fizemos foi explorador, e uma meditação do que já sabíamos.”

“Nós nos sentimos muito parecidos por tudo o que passamos, e utilizar isso é tão assustador,” ela continuou. “E reconhecer isso, reexaminar, e pular de volta? Normalmente você quer seguir em frente. Mas ao menos usamos para algum bem. Esse filme é uma meditação sobre primeiras vezes, e uma meditação sobre conservação, e uma meditação sobre os fluxos e refluxos de como é amar alguém – seus sentimentos versus seus ideais, o estouro das bolhas, o estilhaço dos sonhos que você pensou que eram possíveis, e o que você tem que lutar quando as coisas se tornam mais reais.”

“Relacionamentos,” ela adiciona, “você apenas nunca sabe.”

The Daily Beast conversou com Kristen Stewart, que o relacionamento recentemente ganhou muita tinta, sobre as muitas mensagens de Equals e muito mais.

Filme distópicos tipicamente servem alegorias interessantes. Para Equals, eu vi como uma crítica a Geração Rx, e como, especialmente na América, adolescentes são diagnosticados demais e tomam muitos medicamentos. Parece, em muitos casos, como uma solução preguiçosa para tudo para lidar com a volatilidade emocional de pessoas jovens.

“Oh, você sente algo? Nós podemos te ajudar com isso.” Auto exploração sai pela porta com medicação. Você fica, “Oh Deus, eu estou com dor de estômago,” e eles dizem, “Aqui, nós podemos te ajudar com isso.” Bom, por que você tem essa dor de estômago? Talvez seja porque sua cabeça está no seu estômago, então talvez haja algo que você esteja ignorando que você pode resolver. Não, eu completamente concordo.

O filme também me pareceu ser sobre a negação do amor. Isso é um problema que aparece na América de um grande jeito quando você olha para o movimento dos direitos gays, onde, apesar da decisão da Suprema Corte de legalizar o casamento com o mesmo sexo, uma grande parte da população – Republicanos, primeiramente – ainda acredita que a comunidade LGBT deveria ser negada o direito de amar. E negar esse direito humano para qualquer pessoa pode deixar alguém louco.

Absolutamente. É louco. É estranho porque se você é excessivamente emocional sobre qualquer coisa, as pessoas param de dar crédito para o pensamento que você achou que poderia estar contribuindo, porque qualquer coisa excessivamente emocional pode ser vista como fraqueza. É interessante o que você está dizendo sobre como agora nós estamos tentando suprimir emoções ou irregularidades com drogas ou julgar pessoas controladas por medicamentos, porque eu acho que estamos mais em sintonia e mais honestos com nossas emoções agora mais do que nunca. Você pensa sobre nossos avós ou os avós deles, e você pensa sobre o patriarca da família nunca mostrando emoções – com mulheres, também. Como nós passamos disso, os medicamentos surgiram. É bizarro. As duas coisas realmente não vão juntas.

Eu queria voltar para o problema da negação do amor. Você está acompanhando as notícias de Kim Davis, a funcionária de Kentucky que negou a licença de casamento a um casal do mesmo sexo, foi mandada para a prisão, e foi posteriormente martirizada por muitos da direita?

Sim. Oh meu Deus. Você a viu sair da prisão? Honestamente, isso me deixa tão desconfortável. Eu me sinto muito mal por ela. Qualquer pessoa que seja tão fechada para as coisas que são tão aparentes? Imagine o que mais ela está perdendo na vida. Eu não vou fazer nenhuma declaração sobre ela pessoalmente, mas se algo é tão óbvio, quanto esse assunto…

… Ter esse ódio todo em seu coração deve ser horrível.

Esse é o motivo pelo qual me sinto mal por ela. É tipo, “Oh, amiga, isso deve ser horrível.” Esse medo do desconhecido prejudica seriamente as pessoas, cria o ódio, e isso é muito triste.

Voltando para o Rx. Como você disse, as pessoas podem estar em sintonia com suas emoções, mas talvez elas não estejam sendo exploradas. Esse não é um novo argumento, mas parece haver uma falta de intimidade esses dias. Nós estamos “conectados” por tecnologia, mas nossa verdadeira interação de humano para humano têm sido reduzida dramaticamente. Nós não estamos perguntando para as pessoas qual o caminho, estamos procurando nos nossos telefones. E a porra de selfie sticks! Deus te livre de parar as pessoas e pedir para elas tirarem sua foto.
Nós estamos entrando nesse mundo neutralizado e desconectado.

E é adequado que você gravou esse filme no Japão, porque eles não fazem sexo mais lá. Quase 50% dos japoneses adultos não fazem sexo, e estão dizendo que se a tendência continuar, a população pode cair para a metade até 2100.

Eles não estão fodendo. Isso é louco. Você pode avaliar uma cultura a um grau pelo jeito que eles recebem filmes e como recebem uma determinada celebridade – eu e Nick somos isso, eu acho. Então no Japão eu posso andar pelas ruas sem problema porque ninguém virá falar comigo, versus a Itália onde eu não posso literalmente dar um passo porque todo mundo está tentando literalmente me abraçar, me beijar e me empurrar.

Eu passei um tempo na Itália com uma namorada. Eles podem ser pegajosos lá.

Oh, eles são pegajosos. Eles são realmente pegajosos. Sim, é estranho. É uma boa época para contar essa história, eu suponho, mas eu ainda penso que esse medo de ser sujeito à emoção de outras pessoas existe desde sempre. Mas eu acho o aspecto da medicação mais interessante. Eu conheço muitas pessoas medicadas que não possuem problema mental. Nem todos os problemas emocionais são “problemas mentais”. Eles não dão as mãos.

Não estou dizendo que isso se aplica para todo mundo, claro, mas meus amigos que pararam os medicamentos por coisas como depressão e ansiedade parecem muito melhores. Eles tão mais crus emocionalmente, mas mais reais.

Sim. Até onde sabemos você só tem uma chance nisso e pode ser bonito para caralho, então por que diminuir os sentimentos de qualquer coisa? Então por que se paralisar? Eu não gosto de antidepressivos, eu acho bizarro.

Há essa cena grande de primeiro beijo em Equals, onde você e Nick estão nesse banheiro azul e vocês se tocam – e então se beijam – pela primeira vez de muitas. Já que é um primeiro beijo, foi difícil de calibrar? Você não pode fazer parecer especialista, mas você também não pode fazer igual aquela cena do sonho em Débi e Loide.

Nós nunca fizemos isso! Nossa ideia era que eles aprenderam como concepção acontecia na nossa história, mas é um conceito completamente incompreensível agora, então beijar não estava nem no livro. É equivalente ao que você aprende no ensino fundamental sobre como conceber crianças. Nós queríamos fazer parecer exótico, e como uma descoberta, e completamente natural – porém novo. Para cada cena emocional do filme, Drake infundiu certo pedaço de música que, com sorte, nós temos no filme. A maioria dos atores usam músicas para fazê-los chorar.

Você usa?

Na verdade, não. Se eu estou muito, muito ferrada e eu preciso, então eu uso.

Qual música você escutaria em uma situação daquelas para chamar as lágrimas?

Agora… Você já viu Love & Mercy?

Eu amei.

Eu amo pra caralho essa música [“Love and Mercy”]. Eu poderia pensar nela e ficar emocionada. Essa música absolutamente acaba comigo. É tão simples, mas considerando o que Brian Wilson passou naquele tempo, e para ele ainda conseguir escrever aquela música naquele tempo em seu ambiente e as pessoas que o cercavam foi com muita esperança.

Você se lembra do seu primeiro beijo?

Sim, absolutamente! Foi horrível! Foi muito ruim. Foi repulsive para caralho. Eu tinha 14 anos e foi nojento. Não foi bom. [Risos] Mas a primeira vez que algo em você se abre e afeta todo o seu corpo e possui controle sobre você, é assustador porque há essa química que é liberada e você fica viciada. Literalmente parece que você não tem mais vontade própria. Eu conheço esse sentimento. Quando eu li o roteiro, fiquei muito intimidada porque há vários momentos que você passa quando é mais nova – e tenho certeza que haverá mais conforme eu ficar mais velha – mas eu tive vários momentos severos de abrir os olhos. E eu não acho que todos são necessariamente afetados por ou apreciam a beleza física, eu acho que temos sido insensíveis à beleza física por causados filmes que assistimos e todas as imagens que são jogadas em nosso rosto o tempo todo. Nós realmente não apreciamos o corpo, a natureza, o nascer do sol.

Você realmente se fecha para certas coisas porque você quer parecer como se você já soubesse de tudo, ou que você não é fraca – emoção é constantemente confundida como fraqueza – então quando as emoções estão te afetando fisicamente, eu acho que é um dom. As pessoas são tão boas em desligar isso, que nós queríamos exemplificar isso do mais severo e básico jeito – e foi muito assustador.

Você e Nick estão explorando as emoções do primeiro amor filmando essas sequências. Nas quais, você disse, são assustadoras. Mas isso foi purificante?

Sim. Poderia ter sido o conceito mais cafona e mais banal, mas a tentativa inteira foi de fazer ser isso ser renovado. Se você se machucou – você sabe, quando você termina com alguém e você olha uma pessoa andando na rua de mãos dadas com outra e pensa “Ugh, deixe dar um ano, porra. Deixe-me saber o que você sente em um ano, ugh, eu não acredito nisso,” bom, se nós fizemos o nosso trabalho do jeito certo, então seria para te lembrar que você pode definitivamente voltar para isso, e como esses sentimentos foram difíceis, incríveis e de encher a vida no começo.



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