Publicado em:2 de junho de 2015

Nova entrevista de Anna Kendrick para “El Periódico”



Para a série “Anna Kendrick em passagem por Madrid, Espanha”, confira mais uma entrevista da atriz para o site “El Periódico”.

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Anna Kendrick é uma estrela de cinema diferente. Que ela é uma estrela, não temos dúvida: foi nomeada ao Oscar, tem participado de séries cinematográficas de êxito extraordinário e somente no último ano estreou oito filmes nos Estados Unidos. Agora bem, ela não se encaixa no perfil que imaginamos quando o assunto é Hollywood. Para começar, seus traços – olhos grandes, boca pequena e ter baixa estatura. “Minha aparência nunca foi meu ponto forte, e isso me parece perfeito”, ela afirma. “Fico feliz que ninguém espera que eu esteja na lista das 50 atrizes mais sexys, porque isso me deixaria tremendamente estressada”.

Em todo o caso, o que faz de Kendrick uma figura especialmente interessante é que seus fãs não fantasiam tanto para se parecer com ela. Não é que não possua qualidades que qualquer filho de vizinho queria para si mesmo: tem êxito no que faz, em boa medida porque o faz evitavelmente bem, seja em grandes sucessos como na saga Crepúsculo ou em produções independentes como Drinking Buddies (2013). Como tudo, sua proximidade e acessibilidades que principalmente estimula a seus seguidores. Todo aquele que faz parte do seu nutrido grupo – mais de um milhão – de acólitos no twitter saberão o factível que resulta a troca de impressões compactadas em 140 caracteres, pela sua parte quase sempre vindas com um humor meio malicioso.

Aqui vai um exemplo: “Nunca mais voltarei a ver um filme de Ryan Gosling no cinema.
Aparentemente me masturbar na última fila segue sendo inapropriado”, brincando em um dos seus tweets que, sem dúvidas, se tornou o mais famoso que já escreveu, e por ele segue sentindo uma leve sensação de arrependimento. “Graças a Deus nunca coincidi com Ryan. Estou certa que tem sentindo de humor, mas quando nos conhecermos sinto que terei que dar explicações pelo que escrevi, e acabarei fazendo um comentário inapropriado que acabara me tronando uma pervertida”.
A confundem com outra atriz.

Além de explosões ocasionais, reconhece que o twitter exerce propriedades quase terapêuticas. “Eu gosto de sentir que faço parte do resto do universo”, explica. “Poder explicar como me sinto, às vezes, e saber que ali fora alguém mais se sente como eu”. É como dizer que as redes sociais são uma forma genuína de conexão com o mundo e não, não é habitual, como um veículo de autopromoção e exibicionismo. “Sentiria-me como uma idiota se tratasse de fazer as pessoas acreditarem que meus gases cheiram como lavanda”.

É uma interação virtual, garante, serve também para manter os pés no chão. “Muita gente me confunde com outra atriz, ou simplesmente dizem que sequer viram um filme meu. Esse tipo de comentários deixa meu ego confuso e evita que eu me leve muito a sério”. Boa parte dessa modéstia, confessa, tem a ver com sua consciência de como é difícil encontrar o caminho em Hollywood e o fácil que é se perder. Tinha só 25 anos quando foi candidata a estatueta por Up in the Air, mas, apesar do que possa ser tomado como garantia, esse triunfo não surgiu da noite para o dia: “Sei que é cliché, mas estive quebrando cabeça durante muito tempo antes que minha carreira começasse a dar certo. Minha ética laboral está baseada em anos e anos de rejeição”. Talvez por isso, o medo que as coisas pudessem mudar no dia seguinte nunca abandonaria. “Cresci em uma família de trabalhadores, de modo que a ideia de não ter salário me deixa assustada. Sempre sinto que o último filme que filmei poderia ser o último salário da minha vida. Por isso, nunca compro nada no crédito”.

O caso é que Kendrick começou a trabalhar nos palcos com 12 anos e desde então não parou. E em processo acumulou uma série de conquistas inquestionáveis, algumas amplamente reconhecidas – a nomeação do Oscar – e outros nem tanto – é a única do elenco dos coadjuvantes da saga Crepúsculo que não levou o filme tão a sério. E aí está talvez o maior todos eles: conseguiu converter o canto a capella em algo legal.

Para explicar essa última afirmação temos que falar de Dando la nota (2012), que Kendrick protagonizou e que imediatamente passou a fazer parte desse exclusivo lugar do imaginário coletivo conhecido como cultura pop. “Suponho que o motivo do êxito é que conseguimos que o público se emocionasse com a competição universitária de coros a capella como fariam com um combate de Rocky Balboa”, explica a atriz. “E, por suposto, que incluía músicas que jamais deixariam de escutar”. Depois dos benefícios gerados por Dando la nota tanto em bilheteria como no mercado em dvd, é lógico que seus responsáveis tiverem vontade de mais.

O toque especial para os musicais.

“Sinceramente, ainda não consigo explicar porque continuam me chamando para cantar”, brinca a atriz em referência a sua sucessão de produções musicais que tem rodado ultimamente: fazem só alguns meses interpretou Cinderela em Into the Woods (2014), e ainda tem pendente a estreia de The Las Five Years na Espanha, adaptação célebre da montagem do musical da Broadway. Mas a explicação é simples. Tem o toque especial para os musicais – boa voz, melhor dizendo – porque leva toda vida interpretando. Com só 12 anos foi nomeada aos Tony Awards pelo seu trabalho em High Society e, de feito, a primeira vez que subiu em um palco, com 6 anos, foi para cantar uma representação de Annie. “Nessa idade fazia muitas coisas: jogava futebol, mas era horrível; gostava de escalar, mas sempre machucava; e tinha aula de karatê, mas odiava. Atuar era o única coisa que eu era apaixonada”.

O entusiasmo segue intacto, ainda que agora os níveis de compromisso e ambição sejam diferentes. “Sei que as coisas vão ficar cada vez mais complicadas a medida que eu fico mais madura, e que não será sempre fácil. Gostaria de chegar em um ponto da minha carreira em que o motivo pelo qual eu consigo os papéis não tenha nada a ver com o feito de alguém que pensa que sou suficientemente atrativa, e me sinto muito mais acomodada dando vida a mulheres que não são supostamente bonitas”. Confessa que seu grande sonho seria dar vida a uma heroína de ação, mas assume com resignação que nunca se tornará realidade. “Em primeiro lugar, porque sou debochada, ninguém me levaria a sério, e em segundo lugar, porque temo que na hora de gravar tenha colocar algo no rosto. Suponho que inclusive tenha ruídos de disparo com a boca”.

Seja como for, o que se parece ser claro, depois de Dando la nota: Aún más alto, que a fez ter gorgoritos para as câmeras tem acabado, ao menos por um tempo. “É um trabalho muito duro e estressante. Um cantor teria que ensaiar sua voz igual a um atleta que treina seu corpo, e isso exige muito controle e disciplina. Eu sou a típica pessoa que toma cerveja e no dia seguinte está com ressaca. E sinceramente, não quero renunciar a cerveja”.




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