Publicado em:28 de maio de 2015

Anna Kendrick concede entrevista para a revista ‘GQ’


500x250

A revista GQ conversou com a Anna e o resultado você confere abaixo:

Quando, em ‘Bebida da Vida’, Marcos Ordónez resumiu o que era Ava Gardner (e, por extensão, o resto das estrelas de Hollywood) em um ser humano acima da media, um conceito preciso de: brilho. Desde jeito, a protagonista de ‘Foragidos’ (que, qualquer cinéfilo se lembra, foi definida como “animal mais belo do mundo”) tinha brilho, e não custa lembrar outros exemplos de atores e atrizes que resplandeceram de maneira especial, tanto no passado como no presente.

Por isso essas estrelas são tão diferentes (e importantes), elas não se ofuscam com esse brilho, até mesmo ao entrar na sala. Anna Kendrick é uma dessas estrelas: antes mesmo de começar nossa entrevista, percebi em um só olhar que estava visivelmente cansada (a promoção de Dando la nota: Aún más alto estava sendo uma verdadeira maratona), mas não se esforçou para escondê-lo. Outras estrelas que entrevistei que não citarei nomes porque não sou dessa classe, prefeririam morrer antes de aparecer assim para a humanidade. Mas Kendrick é outra coisa: sentada em um sofá do hotel parece ao mesmo tempo a protagonista de uma sequência milionária e a pessoa mais acessível do planeta. Realeza hollywoodiana e uma de nós. Brilho e sem brilho. Esse é o enigma de Anna Kendrick que me propôs decifrar em uma entrevista de 15 minutos. O gato de Schrödinger da fama contemporânea.

Todas cantam, todas dançam

“Sempre gostei de musicais, mas nunca me atrevi a sonha e fazer um. Quando comecei a atuar, os musicais nem estavam na moda. Não podia imaginar que isso seria algo para o meu futuro, e muito menos… Quantos já são?”

Kendrick apareceu exatamente em quatro musicais: ‘Into the Woods’, adaptação do clássico de Stephen Sondheim; ‘The Last Five Years’, um êxito da Broadway antes de ir para as telonas e, claro, os dois filmes de ‘Pitch Perfect’, rebatizados no país de ‘Dando la nota’. Embora ela venda como uma surpresa, o certo é que ela tem um talento inato para cantar, como demostra no videoclipe ‘Cups’, criado como material promocional do primeiro filme sendo um hit absoluto tanto no iTunes como no YouTube.

Está claro que as pessoas gostam do que ela tem a cantar, o que seria o mesmo que tem para atuar. Sua forma de enfrentar seus personagens nos mostra uma maneira ortodoxa e, casualmente, Beca de ‘Dando la nota’ seja o melhor exemplo: “A ideia era de que o espectador de fora fosse conhecendo as Bellas ma medida que elas fossem se abrindo, que o final acabariam sendo amigas. Para mim, não teria sentido que gostassem da Beca desde o principio. Ela é uma pessoa retraída e pouco social que você tem que ir conhecendo aos poucos”. O resultado foi uma interpretação não feita para chamar atenção, e próxima da real experiência da universidade, que acabou sendo a chave do filme: o filme já podia contar uma situação pronta (grupo de meninas com características diversas e apaixonadas pelo mundo com seu talento), mas a chave estava na honestidade de seus diálogos e interpretações perfeitas. E as músicas, claro.

Vida Universitária

‘Dando la nota: Aún más alto’ nos mostra as Bellas em seu último ano da universidade, quando as coisas teriam que estar sobre controle. SPOILER: não o fazem (por algo relacionado a um acidente com a roupa diante do presidente). Mas, o que aconteceu com Beca? Como ela mudou todos estes anos na faculdade? “Hm, essa é uma boa pergunta”, respondeu Kendrick. E parou para pensar, momento em que me dei conta de como realmente ela estava cansada: “Suponho o que fundamental tenha sido não se meter em confusão. Você sabe, a universidade está cheia de momentos nos quais pode estar apenas conversando… Como jogando ovos em outras irmandades. Vocês têm isso aqui? Os ovos nas fachadas?”.

Eu explico que a universidade espanhola é um pouco diferente das universidades americanas, mas a ideia base dos trotes se mantém. “Ah sim, acredito que a história dos ovos e papel higiênico sejam coisas nossas. Na realidade, fazem assim porque a alternativa seriam pedras. E ninguém quer uma fachada toda quebrada, assim que optaram pelos ovos. São mais civilizados.”

Naturalidade em 140 caracteres

Um breve desvio do assunto universidade estava preparado para falar não só da Anna Kendrick atriz, mas também da twittera. Sua conta é uma das mais divertidas e criativas de todas as que estão incorporadas ao símbolo azul de verificada, e uma vez mais parece vir da mesma naturalidade que seu talento como atriz. Seu segredo, ao que parece, é que não parece se preocupar com nada com que faz. E, no momento deixar-se de preocupar, tudo sai fácil.

“Perguntam-me muito da minha atitude no twitter, ou pela minha estratégia no twitter, ou por como eu faço… E a verdade é essa: eu não faço! Acredito que terá pessoas que tomem como trabalho, mas eu vejo ao contrário. No momento que começo a calcular e a pensar antes de escrever, deixa de ser divertido. Eu quero que seja divertido”.

Era possível saber no momento da entrevista, mas ‘Dando la nota: Aún más alto’, a continuação do filme que pegou todos de surpresa em 2012, voltaria a nadar contra a corrente mais um vez, superando ‘Mad Max’. E claro, Kendrick postou sobre isso. E supostamente, estava longe de ser uma reação calculada.

O paradoxo é que ‘Dando la nota: Aún más alto’ como o filme de George Miller não são, em absoluto, tão diferentes como parecem. Deveriam olhar os históricos e ver que os dois filmes passam mensagens abertamente sobre feministas, e os dois lideraram as bilheterias americanas no final de semana. Kendrick e as outras Bellas não tem preparada uma celebração da repercussão e desfrute como a primeira vez, mas agora sua mensagem alcança notas mais altas em um clímax memorável.

Queria eu que essa entrevista tivesse um final apoteótico. Na realidade, me dou conta de que as perguntas para Anna Kendrick acabaram, mas não estou perto de identificar o segredo do seu êxito. Talvez seja melhor assim. Talvez esse seja o segredo: que nunca entenderemos porque é, ao mesmo tempo, uma de nós e um ser superior. Sim é certo que existe algo parecido ao brilho, e Kendrick capturou e fez sua própria versão a capela.




Via

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial