"O filme não fala sobre as fotos de Dennis Stock, fala sobre o mundo
onde ele tirou as fotos. Isso é importante porque um fotógrafo sempre
traduz o mundo em seus quadros. As imagens não encontram você; você que
tem que encontrar as imagens."
Anton Corbijn está falando sobre Life, um dos grandes títulos que
estréia em Berlin, que conta a fundo a história por trás das imagens
mais icônicas da história de Hollywood: as fotos tiradas de James Dean
durante uma viagem em missão para a revista Life em 1955, apenas alguns
meses antes da morte do ator.
Estrelado por Dane DeHaan como Dean e Robert Pattinson como Stock, o
projeto parece particularmente ideal para Corbijn. Antes de começar a
dirigir, Corbijn era mais conhecido como fotógrafo de estrelas do rock.
Em 1979, em uma missão para a revista de música NME, ele fez uma sessão
de fotos com uma nova banda britânica chamada Joy Division. Meses
depois, o vocalista da banda, Ian Curtis, enforcou-se. Fotos de Corbijn
de Curtis, como as de Dean, tornou-se imagens duradouras de um jovem
artista cuja vida foi interrompida.
Em vez de copiar o estilo visual de Stock em Life, Corbijn tentou
replicar o mundo de 1955, indo tão longe para reconstruir totalmente o
apartamento de Dean em Nova York. "Tivemos um diretor de arte que medida
tudo - a distância da mesa para a cama, todo tipo de coisa."
O momento que Stock fotografa Dean, foi recriado em Life por Corbijn, um
ponto de viragem na cultura americana. "Parece muito simples agora, mas
foi revolucionário na época vendo imagens como esta", diz Corbijn.
"Fotos como de Stock, simbolizavam a rebeldia da época. O fato de que
Dean morreu naturalmente aumenta o mistério. Você não pode tirar fotos
novamente. Se fosse hoje, e tivéssemos milhares de fotos dos paparazzi
de James Dean, eu me pergunto se isso iria destruir o mistério?"
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