Publicado em:4 de maio de 2017

Scans do jornal Destak (Portugal) com Nova entrevista de Robert

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Transcrição:

"Adoraria começar a fazer terapia."

Estreia hoje o épico ‘A Cidade Perdida de Z’, protagonizado pelo inglês Robert Pattinson. A propósito do seu novo filme, falámos com o talentoso ator sobre ansiedades, Los Angeles e sobre o que o leva a escolher um papel.

Era certo e sabido que o tom etéreo do Robert Pattinson, nascido a 13 de maio de 1986, iria levar destino divino ou, pelo menos,ter direito a aparição flutuante em qualquer panorama de cinema ou moldura plasma de trazer por casa.

Assim visto do exterior, como quem olha pela vitrina de um antiquário de Mayfair, o rapaz é de porcelana branca. Conforme a luz, parece ter semblante sombrio e não a face rosada de flor inglesa na qual reside a sua natureza. A distância entre os olhos, felino-sedutores, são padrão no universo nipónico da animé dada a pulcritude intergaláctica revelada no equilíbrio e serenidade de feições.Que tem feito ele com a sua carreira? Não se imagina, felizmente. Depois de andar metido no negrume órfão de Hogwarts (Harry Potter), graduou-se em estrela de cinema (que foge dos fotógrafos e dos magotes raivosos de fãs) logo que emprestou a aura de criatura intocável à série Twilight. E, quando uma pessoa ia pensar que o Rob estava já de mão na mala dos ‘royalties’ e mais que pronto para o sossego da Polinésia, ei-lo que transita qual bailarino experiente para o terreno escorregadio do cinema adulto. Mais arriscado ainda: cinema adulto feito pelos mestres e 7 ou inconformados. Sim, o Rob colabora amiúde com DavidCronenberg. Sim, também é verdade que, nos últimos dois anos, o ator trabalhou com Julianne Moore, Nicole Kidman e outras almas aventureiras sem tempo a perder com ninharias. O artista desbrava agora, em A Cidade Perdida de Z, os terrenos da Amazónia e de mais uma mente fervilhante.

Depois da série Twilight o Robert tem andado a fazer filmes nas mais diversas partes do mundo. Onde é que acabou por fixar residência? Ou ainda se considera, sobretudo, um menino de Londres?

Ainda passo cerca de dois meses por ano em Inglaterra. E, claro, de vez em quando vou lá passar o Natal. Mas se acabo por ficar muito deprimido, então regresso a Los Angeles. É este o meu local de residência, por agora.

Confesse: por causa das influências estéticas do Harry Potter, escolheu viver numa mansão acastelada. Cascatas de hera e uma ou outra trança de Rapunzel?

Não. Mas a ideia tem graça. A casa que comprei aqui em Los Angeles fica num bairro muito arborizado e com colinas, chamado Los Feliz. No entanto, já a vendi. Ainda vivi naquela casa uns cinco anos.

Por favor, não me diga que, agora, é um daqueles artistas sem eira nem beira que levam uma vida nómada, a lembrar os sem-abrigo…

Não, ainda não cheguei a essa fase.O que faço agora é viver numa casa durante seis meses e, depois, mudo-me para outra que também tenha sido emprestada por um dos meus amigos. A decisão de vender a minha primeira casa teve mais a ver com o facto de não me sentir suficientemente velho para andar super stressado e nervoso com questões de canalização e catástrofes domésticas afins.

"Ainda passo cerca de dois meses por ano em Inglaterra. E, claro, de vez em quando vou lá passar o Natal."

Presumo que, nestes seus anos nascentes de fama e celebridade global, toda a experiência tenha vindo atrelada a uma certa ansiedade debilitante. Como lida com as novas pressões emotivas?

Adoraria começar a fazer terapia, mas a coisa deixa-me ainda mais ansioso.

Porque diz isso?

Ainda há dias estava a falar sobre isso com alguns dos meus melhores amigos. Suponho que sim, que sinto uma certa afinidade por todos os meus picos e vales temperamentais. Vejamos, por exemplo, os testes de imagem que fiz para este filme, A Cidade Perdida de Z, antes de assinar o contrato. No início da minha carreira, esse tipo de teste provocava-me um ataque de ansiedade de tal modo debilitante que, finda a experiência, eu só ouvia na minha cabeça uma coisa: “É desta. Vais ter mesmo que abandonar os planos de ser ator”. Eram crises de depressão agoniantes. Uma dor física que me derrotava sem falhar. Hoje é diferente. À medida que vou entrando nos escritórios deles, passo de compartimento a compartimento sem ter que fazer qualquer tipo de teste ou representação, e acho que é nesse percurso que me vou habituando às minhas neuroses recorrentes. Depois acabo por me sentir bem e as coisas correm normalmente.

Aludiu a sentimentos depressivos. Como lida com eles?

Não consigo escapar. Sou obrigado a rebolar-me neles. Não, agora a sério: não sei como é a sequência. Felizmente, esses episódios depressivos nunca duram muito tempo. Prova de que há certas vantagens em ser maníaco.

As histórias que tem escolhido contar são, igualmente, opostas entre si, radicais nos campos diferentes que ocupam. Ou faz peças íntimas e de autor, com realizadores que não entram em compromissos, ou faz épicos para multidões em busca dos grandes panoramas do chamado cinema clássico. Enquanto ator, que bitola usa na fase da escolha? 

Em 50% dos casos recorro a uma lista de realizadores com quem gostaria de trabalhar. Aliás, coloco aí uma dose imensa da minha energia mental, a pensar nessa lista. A curiosidade nisto está em que, se dou comigo a escolher um filme porque quero trabalhar para um realizador que admiro desde há longa data, prefiro fazer papéis pequenos. Sinto-me mais à vontade. Agora, se o filme que tem de ser feito é algo em que fui contratado para cabeça de cartaz, então prefiro optar por algo que vá depois desaguar no resto da minha vida normal. Por exemplo: vou e faço algo que, para mim, seria totalmente impossível de concretizar, de fazer. Opto por uma história que faça de mim uma pessoa melhor e maior para o resto da vida.

Se tivesse só mais um dia para viver, que faria?

Assim de repente, não faço ideia. Sei lá. Suponho que a minha obrigação seria dizer “Ah, só me vai apetecer passar o dia com as pessoas que adoro”. Mas, na verdade, seria mais provável eu ir cometer uma loucura.

Dê-me um exemplo de loucura, por favor...

Deus do céu! Não sei. Talvez algo simples como passear-me de um lado para o outro na Times Square, em Nova Iorque... despido.

"Em 50% dos casos recorro a uma lista de realizadores com quem gostaria de trabalhar."





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