Se o novo filme dos americanos Ben e Josh Safdie, Good Time, apresentado
em competição no Festival de Cannes, tiver tanto êxito quanto os
anteriores (incluindo Go Get Some Rosemary), os medidores terão de ser
aumentados: a carreira de Robert Pattinson, 31 anos, vai agora incluir
tantos grandes filmes como houve filmes (cinco) de Crepúsculo, a saga de
vampiros que terminou em 2012.
David Cronenberg, que revelou a ambiguidade e as fendas do jovem
britânico: em Cosmópolis (2012) ele é um empresário rico e arrogante,
protegido em sua limusine, que é gradualmente contaminado e então
devastado pelo caos do mundo; O mito do herói romântico desmorona, mas o
ator avança. Ele é um chofer de celebridades em Hollywood, no
fascinante Mapas para as Estrelas (2014), ainda por Cronenberg, ele
corajosamente assume um pequeno papel de um personagem secundário.
Outra escolha sábia: em Life, de Anton Corbijn (2015), história dos
últimos meses de James Dean, Robert Pattinson não incorpora o ídolo da
juventude, um status que ele conhece de cima para baixo, mas Dennis
Stock, o fotógrafo, o complexo caçador de estrelas. Sem dúvida, sua
experiência contribui para sua magnífica performance de voyeur
profissional, magnetizado por um semideus. E este ano ele ainda é
surpreendente em The Lost City of Z,
de James Gray, um ajudante de campo do explorador Percy Fawcett:
irreconhecível por trás de uma barba fora de controle, maltratado,
desaparece humildemente diante do grande projeto do diretor.
Quando era mais jovem, Robert Pattinson tinha medo de se tornar uma
estrela sem valor, vazia, e perder o verdadeiro sentido do cinema. O
oposto está acontecendo. Muito longe dos blockbusters desde Crepúsculo,
ele multiplica projetos inesperados e ousados, inclusive na França (em breve com Olivier Assayas e Claire
Denis). Os irmãos Safdie, os nova-iorquinos com um público bastante
limitado até agora, herdeiros de John Cassavetes e Barbara Loden, dizem
muito sobre seu desejo de cinema. Pattinson agora só 'suga' artistas.
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