Publicado em:23 de maio de 2017

Kristen fala sobre Come Swim e seus próximos projetos para o La Repubblica


O tema aquático foi uma lembrança de sua própria vida?

É como nós todos nos sentimos quando nos separamos de outras pessoas, mas eu não tive medo de confrontar o problema da separação e alienação, até as minhas próprias separações… Eu queria transformar esse processo interno em imagens.

O que o protagonista representa?

Eu diria que o despertar. A vida interior não reflete as interações diárias, o que você não pode comunicar e isso é uma coisa normal. Um dia você se sente tão saturado que parece que você está tentando andar no fundo do mar. Você consegue respirar, andar mais dois centímetros e respirar novamente, e perceber que somos todos iguais. E você entende que pode viver no meio de todos.

O que você queria comunicar com Come Swim?

Meu desejo de expansão. Eu estava fixada na imagem de um homem isolado que se conforma com isso e dorme no fundo do oceano. Há lixo no fundo do oceano, eu vi imagens de toda essa sujeira que fez meu estômago revirar. Eu lembro da imagem de uma cadeira lá em baixo, e eu coloquei um colchão no curta. Então também há o conceito de ecologia.
Nós vemos o assunto sobre água o tempo todo, precisamos disso para sobreviver e é mais forte que nós. A ideia do filme é que o único jeito de se erguer é se entregar para algo que você não pode ganhar. Eu sou louca por controle e pessoalmente eu odeio água, eu não gosto de praia e sou claustrofóbica, então fez sentido para mim alguém que perdeu a habilidade de ser normal como protagonista do filme. Se você lutar contra isso, você se afoga.

Por que esse novo visual?

Porque eu me sinto muito delicada e feminina por dentro, então quis brincar com os contrastes.

O que isso quer dizer?

Tentar ficar mais agressiva abriu minha mente, mas tentei pensar no meu próximo projeto, JT Leroy, sobre uma mulher fingindo ser um escritor transgênero chamado JT Leroy. Terei que usar muitas perucas, então valeu a pena chegar ao zero e me deixar respirar.

Enquanto isso você está filmando Underwater. Foi coincidência?

Novamente o assunto da água, mas certamente foi uma coincidência. Nós estamos filmando em ordem cronológica e é um filme que está acabando comigo, já que faço cenas em baixo d’água, vestido limo e cilindros que pesam 20kg, estou destruída. É a história de um laboratório de pesquisa subaquático que fica ameaçado após um terremoto. É um filme completamente de ação, muito masculino, mas foi onde descobri o lado feminino da personagem dentro de mim.

E depois, o que você vai fazer?

Estou escrevendo e procurando por um filme como diretora, mas não é fácil. Eu gostei da experiência com o curta porque não existe uma forma, você não precisa de um padrão de entretenimento, o que permite que você incorpore a história visual para o espírito exotérico e a emoção. Se tivesse uma hora e meia, ou mais, você teria que ter um começo, meio e fim, e a estrutura narrativa é pequena. Com um curta, não. Com um videoclipe, você pode experimentar qualquer coisa, mas estou explorando a ideia de transformar um curta em um filme, ver meu personagem acordar e seguí-lo.

Como é sua experiência em Cannes?

É imprevisível como uma montanha russa: Você nunca sabe o que te espera. Então eu gosto!

Como é seu relacionamento com a Chanel?

Toda vez que vou para Paris é como ir a um jantar de família no Dia de Ação de Graças. Todos amam você e querem saber sobre tudo. Eu realmente admiro a equipe criativa. É como “Coloque a bolsa no chão, okay, clique, pronto!” E eu desejo essa mesma criatividade infinita.



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