Mantendo intacta toda sua genialidade, James Gray recupera um gênero que
caiu em desuso para nos oferecer o retrato magistral de um explorador
usado por sua sede de aventura.
O argumento: A verdadeira história de Percival Harrison Fawcett,
um dos maiores exploradores do século XX. Ele era um coronel britânico
reconhecido e um marido amoroso. Em 1906, quando ele está prestes a se
tornar pai, a Royal Geographical Society da Inglaterra propôs a ele que
partisse para a Amazônia para mapear a fronteira entre o Brasil e a
Bolívia. No local, o homem desenvolveu uma paixão por explorar e
descobrir vestígios do que ele acreditava ser uma cidade antiga perdida.
De volta à Inglaterra, Fawcett não parou de pensar sobre esta
civilização misteriosa, dividido entre seu amor por sua família e sua
sede de exploração e glória.
Nossa opinião: Por sua sexta realização, esta é a primeira vez
que o cineasta James Gray abandona parte de sua amada Nova York para
mudar para a Inglaterra do início do século 20. Esta é primeira fase da
adaptação cinematográfica do romance The Lost City of Z, escrito por
David Grann. Nestas páginas, seguimos as aventuras de Percy Fawcett,
famoso explorador britânico, militar de carreira, que desapareceu
misteriosamente nas profundezas da selva sul-americana. No legado de
obras-primas eternas do calibre de Apocalypse Now e Aguirre, la colère
de Dieu; o mais recente longa-metragem de James Gray é adornado com um
cenário abundante construído em torno da ida e volta de Percy Fawcett
(Charlie Hunnam) entre sua casa e o coração da selva amazônica (além de
uma pausa nas trincheiras de batalha).
Como ambos antigos filmes de aventura, com a busca obsessiva de uma
civilização perdida e a introspecção profunda de um homem correndo atrás
do reconhecimento, Lost City of Z abriga uma vasta experiência de
magnitude sem precedentes (que trabalho de dramaturgia!). Uma das
primeiras cenas, plenamente estabelecida, apresentando uma caçada, vai,
assim, influenciar o resto do filme. Ela simboliza a busca em que o
personagem, Percy Fawcett, está prestes a se lançar, focado no que
queremos que ele alcance. Ele aspira se ascender socialmente, a fim de
limpar a honra do seu nome, uma vez manchada por um pai jogador e
alcoólatra.
Quando foi oferecido à ele iniciar o mapeamento de uma zona
desconhecida da selva boliviana, ele vê uma oportunidade perfeita para
estabelecer o nome dos Fawcett na sociedade Inglesa. Interpretado por
Charlie Hunnam que se entrega de corpo e a alma para o papel
(confirmando, de passagem, o seu potencial), o explorador sabe que vai
ser avaliado pelos seus resultados, o que o leva a dividir sua sede de
aventura. Na verdade, os desafios, as motivações e os dilemas parecem
perfeitamente identificados, o que promove ainda mais imersão.
[..] Felizmente, Charlie Hunnam tem a sorte de ser apoiado por um Robert
Pattinson, de uma credibilidade inquestionável (ex-galã de Crepúsculo
continua a nos deslumbrar depois de atuações mais do que surpreendentes
em The Rover, Mapas para as Estrelas, Cosmópolis e Life). O desconforto
dos personagens nestes lugares inóspitos conseguiu gerar um forte
impacto sobre o espectador. Sem conseguir alcançar o que ele acredita
ser seu objetivo, o regresso a casa não abala as convicções de Fawcett.
Convencido da existência de uma lendária cidade perdida que ele nomeou
de "Z", não hesitará em se embrenhar nas profundezas da selva, a fim de
provar seu ponto custe o que custar. [...]
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