Publicado em:14 de março de 2017

Entrevista de Kristen falando do seu monólogo no SNL e fala de Personal Shopper


Você fez cinco filmes ano passado. Por que tantos projetos?

Eu tenho trabalhado desde que tinha 9 anos. Eu tive sorte o bastante que nunca houve um período onde nada estivesse na minha frente. E eu nunca sinto que estou muito ocupada ou estou tentando fazer muito. Eu gosto de pensar que vale a pena. Eu não gostaria de passar o tempo fazendo nada.

Como você decide os filmes que vai fazer?

Eu sempre instintivamente naveguei no aspecto de escolher e raramente estar errada. Então é o diretor ou o elenco ou certos aspectos do roteiro que são inegáveis. Você não pode ser muito cuidadoso com isso. Nem todo filme que você fizer será algo que parece verdadeiro, e tudo bem, contanto que o desejo, o esforço e a intenção esteja lá. Eu não sou muito orientada pelo resultado. É mais sobre a experiência.

Fale sobre sua personagem em Personal Shopper.

Tudo o que está acontecendo com ela é interno. Após uma grande perda, ela fica confusa sobre a natureza inexplicável do mundo. É como se ela tivesse tentando resolver um quebra cabeça durante todo o filme e não consegue terminar, porque o quebra cabeça não é algo finito. São essas perguntas como, “Estamos sozinhos?” “Existe uma vida após a morte?” Você nunca terá uma resposta para essas perguntas.

Em um momento, Maureen experimenta todas essas roupas caras que ela comprou para sua chefe. Parece um jeito de explorar quem ela é.

Eu acho que está lutando com a ideia de que ela é metade de uma pessoa. Ela sente tanta falta de seu irmão que ela está tentando ser ela. Há uma certa qualidade andrógina nela. Qualquer que seja a parte mulher dela, só aparece quando ela coloca aqueles vestidos. Ela tem negado esse aspecto de si mesma.

Você se importa com a moda?

Sim, algumas vezes. Eu posso amar. Se eu não colocasse vestidos e roupas diferentes para divulgar os filmes e coisa assim, eu provavelmente não saberia que eu seria capaz de ser essa pessoa algumas vezes. É uma versão autêntica de mim, na verdade. Então eu sou muito grata por isso. Maureen pode colocar algo e não é assim, ela se torna uma pessoa completamente diferente, como se ela tivesse acessado algo mais escondido. Então algumas vezes eu posso colocar algo e realmente ser meu.

Você parece um pouco mais confiante do que a pessoa que entrevistei quatro anos atrás.
É legal ficar mais velha. Muitas pessoas dizem para mim, “Você está muito mais confiante e confortável.” Havia muita energia sendo jogada em mim antigamente. Eu não sou uma pessoa que deseja somente ser rica e famosa. Eu posso sentar aqui e falar sobre meus filmes o dia inteiro. É no que estou mais interessada, por mais egoísta que isso possa soar. Havia algo sobre o jeito que tudo estava sendo ingerido pelas pessoas antigamente. Eu nem sabia de algumas coisas. Agora eu aprendi a tomar o controle e fazer uma coisa minha.

Como aconteceu sua aparição no SNL?

Eu estive evitando o assunto SNL em geral por anos, porque falar com um público grande nunca foi para mim. Eu posso falar com você pessoalmente. Posso falar com qualquer pessoa sobre coisas muito pessoais, mas falar com um número maior de pessoas não é algo que estava em meu quadro de referência. Mas então eu não conseguia pensar em uma boa desculpa para não fazer isso além de ser covarde, então eu pensei em tentar.

De quem foi a ideia para o monólogo?

Eu me encontrei com os escritores que fizeram suas pesquisas. Eu tinha mencionado em uma entrevista que Donald Trump tinha tweetado obsessivamente sobre meu antigo relacionamento, o que parecia estúpido e louco. Parece algo que as pessoas deveriam saber só por ser engraçado. Quanto dizer: “Você não vai gostar de mim agora porque sou super gay,” eu realmente acredito que em breve isso vai se tornar uma noção arcaica que uma pessoa precisa se definir como promessa do que eles serão pelo resto da vida. Basicamente, dizer isso desse jeito foi uma piada melhor. Não foi um momento de grande revelação. Eu tenho vivido bem abertamente nos últimos anos. Eu pensei que se eu não fosse lá fora e me abrisse, pareceria que eu sentia vergonha, e eu não sinto.

E agora?

Minha vida é mais natural, de alguma forma, o que é legal mas ainda não é justo. Duas meninas, elas tem que pensar sobre certas coisas. Dois meninos tem que pensar sobre essas coisas. Mas quando eu estava com um cara, eu não precisava. O monólogo foi uma oportunidade de dizer algo para que as pessoas não se sintam tão pra baixo com elas mesmas. Então foram dois socos de uma vez só. Eu sei que é uma explicação muito grande porque eu disse algo tão sem rodeios. Mas eu acredito na explicação. Não é para eu dizer que sou gay e nunca mais ficarei com um cara. Certas declarações gerais me incomodam.

Você vai voltar para um filme de estúdio após vários pequenos. Há alguma estratégia?

Fazer filmes maiores facilita os menores. Então você tem que pensar um pouco sobre isso se você quer manter algo de uma abordagem mais astuta e ainda conseguir fazer aqueles filmes. Tudo o que eu faço com um orçamento maior ou associado a um estúdio ainda é algo que eu acho que vale a pena. O tempo e o que leva para fazer um filme ruim para ganhar dinheiro é dolorosamente excruciante. Eu não vou fazer isso.

Você recentemente fez o curta “Come Swim”. Você está interessada em dirigir?

Eu queria fazer filmes desde que tinha 9 anos. Então levou muito tempo. Esse ano eu pude pegar as ideias e transformar em ação de um jeito que nunca pude aproveitar. É muito legal e empoderador.



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