The Childhood of a Leader narra os acontecimentos da vida de uma criança
destinada a se tornar um ditador fascista. Crescendo no rescaldo da
derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e, em parte, em torno da
assinatura do Tratado de Versalhes em 1919, paralelos com a ascensão de
Hitler são óbvios. É claro, no entanto, que esta criança não é Hitler e o
filme não deve ser pensado como biográfico, referente a qualquer um
líder fascista em particular; ao contrário, é como uma fusão deles.
No entanto, é fascinante ver uma história contada a partir dessa
perspectiva; um estudo de caráter, como tal, mostrando os elementos que
se misturam na vida desta criança para ajudar a formar o que ela vai se
tornar. Podemos culpar a natureza ou a criação? Poderiam seus pais e
aqueles que o rodeia terem afetado sua vida de forma diferente, ou seu
futuro era inevitável devido ao seu ego inerente e personalidade
controladora?
Este filme necessariamente não tenta responder a essas perguntas, mas
nos dá o alimento para pensar sobre o assunto. O novato Tom Sweet
interpreta 'o menino', chamado Prescott, e esse garoto é bom; um dos
principais pontos fortes do filme. Ele sempre se mostra tão naturalmente
carismático e charmoso, com uma confiança desconcertante e um
penetrante olhar.
Prescott mostra uma inteligência impressionante e uma perspicácia
alarmante para um menino de sua idade; algo que ele não compartilha
inteiramente com nenhum de seus pais, um dos quais é uma mãe carinhosa
que quer ser a principal influência de seu filho, o outro um pai
autoritário muito ocupado que/ou não quer passar um tempo com seu filho.
A primeira é interpretada pela atriz francesa Bérénice Bejo. O ator
irlandês Liam Cunningham, que muitas pessoas podem reconhecer de Game of
Thrones, interpreta o pai de Prescott.
Uma das coisas mais impressionantes sobre o filme é a sua trilha sonora,
feita por Scott Walker. Rápida, agressiva e intimidadora, esta trilha
sonora será uma de suas memórias duradouras da experiência, uma vez que
capta a urgência e o receio do que aguarda o futuro de Prescott.
Sutilmente abordado, em uma cena em particular, é o tratamento da
Alemanha no fim da Primeira Guerra Mundial. É sugerido que este aspero
tratamento, com tom arrogante dos representantes do resto da Europa (um
dos quais é o pai de Prescott) para o seu inimigo derrotado, influenciou
o que Prescott iria se tornar; um paralelo à ascensão de Hitler e os
fatores que levaram a Segunda Guerra Mundial.
[..] The Childhood of a Leader é, certamente, um feito impressionante;
vencendo os prêmios de "Melhor Estréia" e "Melhor Diretor" no Festival
de Veneza do ano passado.
Completando o elenco principal está Stacy Martin, uma jovem atriz, mais
recentemente vista em Tale of Tales, cujo currículo tem aumentado
gradualmente desde que apareceu ao lado de Charlotte Gainsbourg em
Nymphomaniac de Lars von Trier; e Robert Pattinson, cujo papel aqui é
uma partida considerável de projetos anteriores. Pattinson, embora
inicialmente parece ser apenas um ator coadjuvante com muito pouco para
fazer, tem um papel vital na cena final do filme que justifica sua
presença.
No final este filme pode trazer acusações de pretensão - não explica
tudo, nem encerra a narrativa com uma resolução nítida - mas as ideias
que Corbet passa são para serem admiradas. Isso e uma trilha sonora
inesquecível carregam The Childhood of a Leader junto a um bom ritmo. Em
última análise, é difícil não apreciar a experiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário