Publicado em:29 de junho de 2016

Nova entrevista de Anna Kendrick para New York Magazine

A Vulture disponibilizou uma entrevista incrível com a Anna onde ela fala sobre os seis filmes que foram/serão lançados este ano, livro e carreira.

Em um papo super descontraído, a atriz encanta ainda mais com sua humildade e sinceridade.

Confira a tradução e adaptação da entrevista que estará na próxima edição da “New York Magazine”


Anna Kendrick teve um diário. Permaneceu com ele por dois anos, entre os 17 e 19 anos de idade. É um recorde dos seus dias em Los Angeles antigamente – após sua indicação ao Tony Awards e antes de Twilight – quando participou de um piloto que nunca saiu do papel e participava de todos os testes para todo tipo de programa de tv.

“Lembro de sentir medo e me perguntar: se eu tivesse tanto medo ainda, mesmo assim eu faria?” diz Kendrick. No diário ela descobriu uma versão dela mesma, onde suas preocupações eram “mais motivação e ambição” do que tem hoje.

É início de junho e nós estamos em um café vazio no meio de Los Angeles. Kendrick está prestes a ganhar um prêmio da Spike TV por ser considerada Sexy e Engraçada, uma distinção que só pode mesmo ser sonhada por um prêmio masculino, porém ela é uma atriz-incógnita: camiseta e calça jeans, sem maquiagem. Ela continua: Eu mandei uma mensagem para o meu irmão, e eu comentei: “sinto falta de ser uma “zé ninguém”.

E ele completou: “você continua sendo, porém recebe mais e-mails.”

É difícil ver que Kendrick, 30 anos, ainda tem dúvida de sua ambição, enquanto sua filmografia tem somente 5 créditos a menos que Tom Cruise. Mesmo ela estando surpresa com toda essa quantidade. “Jesus”, ela diz, tirando um pacote de chips de batata doce da bolsa e colocando em sua frente. “Mas eu não faço filmes onde eu vou até Dubai, permaneço lá por 6 meses, e me jogo de um prédio.”

Kendrick me conta que ela foi até o LA Film Festival, para promover seu novo filme um drama familiar chamado The Hollars, dos diretores John Krasinski e Margo Martindale.

“Fiquei no set, por apenas 2 semanas” diz ela. (Krasinski percebeu que ela dirigiu por 6 horas de New Jersey para Jackson, Mississipi, durante seus dias de folga de Pitch Perfect 2 para participar do filme dele).

“Eu sabia que no momento que John me mandou o script, seria algo que eu gostaria de fazer, portanto mesmo que eu sentisse que não iria queimar minha carreira, porque dizer não?”

Esta modesta filosofia, deu a Kendrick a oportunidade de estar em 6 filmes em 1 ano, muito trabalho pra ela, o que é normal, e raramente para qualquer outra pessoa.

Filme independente (Happy Christmas), Musicais (Into the Woods), Comédias (Mr. Right), franquias (Pitch Perfect), Animações (Trolls) – Ela já fez de tudo, o que faltaria seria somente um filme de super herói.

As coisas podem ficam agitadas. Teve um tempo, não muito tempo atrás, que ela estava entre o set de The Accountant, seu drama com Ben Affleck e o set dos irmãos Duplass, uma comédia chamada Table 9, ambos filmados em Atlanta, e ao mesmo tempo dividindo filmagens no Hawaii de Mike and Dave need wedding dates, que estreia no próximo mês.

Mesmo com todas estas produções, ela continua a mesma. Ao invés de mudar de atitudes, Kendrick, continua uma mistura de quase onipresença, a um grande nome nas redes sociais e aquele charme de “quem, eu”?, sendo uma pessoa muito pé no chão e uma celebridade muito fácil de se relacionar.

O exemplo perfeito de pessoa que colecionaria diversas pessoas apaixonadas por ela, infinitas amizades e muitos obstáculos profissionais. – Seu livro Scrappy Little Nobody, que será lançado em Novembro.

Existem diversas celebridades que esperam por um projeto grandioso chegar nas suas mãos, mas para Kendrick, as coisas aparecem para ela e ela pode inteligentemente escolher quais ela quer participar.

“As Ferraris pelo mundo, tem um valor óbvio, onde somente alguns tem acesso a este tipo de coisa.” Ela diz, “Eu simplesmente não sou uma Ferrari”.

O papel mais valioso até agora foi Beca Mitchell que para o terceiro filme, tudo está caminhando lentamente. São horários e datas modificadas e atrasadas. A diretora Elizabeth Banks não será a diretora desta continuidade
e fez com que as gravações mudassem de Março para Setembro.

Kendrick não está totalmente confortável com isto. “Eu não sei” ela diz, com um tom de brincadeira. “Talvez eu termine dando uma pirueta.”

Desde Twilight em 2008, ela teve uma trajetória curiosa. Ela odeia essa palavra – implica em muito cálculo – mas é difícil deixar pra lá quando no ano seguinte ela estaria atuando junto com George Clooney, em Up in the Air, como atriz coadjuvante e ganhando uma nomeação ao Oscar.

Somente Jennifer Lawrence estava sendo julgada por ser tão jovem e estar participando de maiores projetos. “Para algumas pessoas, eu era somente aquela menina que trabalhou com Kristen e Rob”, diz ela se referindo a Stewart e Pattinson com os quais ela fez mais 3 filmes da saga Twilight, “e para outras pessoas, eu era aquela menina que fez todos aqueles outros filmes.”

Antes de se mudar para LA em 2004, Kendrick era uma menina do teatro. Nativa de Portland, Maine, e filha de pais que trabalham com finanças, ela não teve muita certeza de como tudo isso aconteceu, mas, ela diz, “quando eu tinha 6 anos, eu fazia parte do teatro da comunidade porque quando eu via outras crianças jogando futebol, eu só conseguia pensar, eca.”

Hoje em dia ela compara a profissão de atriz com o mercado de finanças. “Você não tem como pensar que vai sempre estar lá em cima, porque ninguém nunca sabe o que vai acontecer amanhã”, ela diz que trabalhar na TV ou no teatro não a chama tanta atenção como no cinema. “Se somos a última geração de pessoas que ainda vão no cinema, e quero fazer parte disso tudo”.

Não é facil saber quais projetos irão chamar mais atenção de Anna Kendrick. “Tenho uma fama de ter uma má comunicação com meu agente”, ela diz, abandonando os salgadinhos por um grande biscoito de gengibre. “Normalmente, organizo as coisas durante uma semana e de repente ele me manda o script de The Voices, e eu o respondo imediatamente. Ele simplesmente, diz: “ok, se eu realmente precisasse entrar em contato com você, eu deveria somente dizer Marjane Satrapi?”

Satrapi, é uma diretora que em 2014 dirigiu uma comédia sobre um serial killer, onde Kendrick e Ryan Reynolds participaram.

“Se fosse fácil falar que eu somente irei fazer parte de projetos que irão realmente fazer sucesso, eu até faria, mas como não existe uma fórmula, você precisa simplesmente participar daquilo que faz você feliz.”

Deixando a sequência de Pitch Perfect de lado, Kendrick admite que fica frustrada com a questão de que normalmente são os homens os personagens principais de filmes. “Eu poderia ficar muito brava com isso”, ela diz. “Porém, eu me sinto sortuda de fazer parte desta ótima geração de atrizes, portanto não posso ficar brava.”

O filme a ser lançado Mike and Dave, onde Zac Efron e Adam Devine, foram chamados antes de Kendrick e sua melhor amiga Audrey Plaza, contrariando de que duas amigas não conseguem trabalhar juntas especialmente em comédias onde existem cenas de festas pesadas e muita sexualidade. “Eu normalmente faço papéis onde a personagem é um pouco inteligente e mais afiadas nos comentários” ela diz e é verdade que ela normalmente interfere em partes com a sua inteligência nativa. “Ser uma idiota foi divertido”.

Se você for julgar as escolhas de Kendrick, sobre seus papéis, seria algo assim: “Tente de tudo”. O resultado é o de uma variedade de papéis vencedores – seu papel improvisado em Drinking Buddies e Happy Christmas, seu dueto com Jake Gyllenhaal na música “Hey Ma”, de Cam’ron, em uma pequena participação em End of Watch e sua participação em The Last Five Years, do qual ela mostra que além de atuar, sabe cantar muito bem.

“Se você pegar 8 filmes, você está correndo o risco de diminuir sua qualidade”, diz Krasinski. “Com a Anna não funciona assim. Ela sempre vai surpreender, independente com quem trabalhe. E isso é incrivelmente raro.”

Útil também. Ela não é muito de enfatizar sobre as pessoas que ela trabalha. “Algumas vezes, alguns atores, são extremamente loucos”, ela diz. “Existem pessoas com as quais trabalhei, que tem uma péssima reputação, e vice versa. E adoraria espalhar flyers por ai, dizendo quais pessoas são loucas e quais não são.” Eu pergunto por detalhes e Kendrick responde imediatamente: “Obviamente”, ela diz, “Eu não quero ser expulsa de LA”.

O agente de Kendrick deu a ideia dois anos atrás de ela escrever um livro, pois ela tem muito o que falar. Além de ser muito famosa por suas publicações nas redes sociais, colecionando muitos seguidores, e a auto-depreciação que ela tem, assim como Taylor Swift e Jennifer Lawrence.

Enquanto famosas, pessoas bonitas tentam nos convencer de que elas também conseguem ser um pouco bestas – uma recente foto de Kendrick, onde ela está linda ao lado de Justin Timberlake – funciona neste caso.

Pegue um exemplo do livro Scrappy Little Nobody, onde fala do primeiro namorado de Kendrick. “Eu comecei a namorar ele como uma experiência social.” Ela explica, trançando seu cabelo marrom bem fininho. “Eu tinha 19 anos, nunca havia namorado, e pra mim, isso já estava inaceitável. Você é pontual e limpinha – vamos lá. Eu fui grossa em tudo o que fizemos juntos e provavelmente por causa disso, a relação não funcionou.”

A história contando um pouco de seu passado, incluindo partes do diário já mencionado nesta entrevista, mostra um pouco da mulher moderna. É verdadeiro, engraçado e não falta confiança. Newcastle lançou durante o Superbowl em 2014 um comercial onde Kendrick aparece como não sendo uma destas mulheres perfeitas de comercial de cerveja e ano passado Kate Spade lançou uma série de pequenas histórias entituladas #MissAdventure onde a atriz, interpreta uma lutadora, uma versão mais excêntrica dela mesma em diversas partes de NY como a adulta Eloise.

De todos, Pitch Perfect, foi o mais valioso destes projetos. Fez o que os outros papéis não fizeram – colocou a carreira de Kendrick no topo. O primeiro filme da marca, teve pouco sucesso, porém tornou Kendrick em uma Pop Star. (Seu cover de “When I´m gone” ficou em sexto lugar nas paradas da Billboard Hot 100) A sequência em 2015 dobrou o valor que o primeiro filme fez arrecadando 300 milhões de dólares ao redor do mundo.

“Poderíamos ter feito qualquer coisa, que teria sido sucesso da mesma forma” diz Kendrick, sobre a marca Pitch Perfect. “Algumas músicas e diversas partes do filme foram mudados de última hora. Eu poderia ter ficado muito estressada com tudo o que aconteceu, porém tínhamos muito amor pelo que estávamos fazendo. Não entendo porque somente este filme fez tanto sucesso, e os outros não.”

Pitch Perfect será deixado para trás após a terceira sequência estrear ano que vem – Ela diz: “Ainda não sabemos se todos irão querer gravar mais” – mas ainda não é certo se ela vai querer diminuir o ritmo futuramente.

“Eu gosto desse ritmo” ela diz. “Mas eu sinto que não é muito bom. Eu gosto de trabalhar muito, gosto de ser cautelosa com minhas escolhas, para que minha vida não seja prejudicada.”

“Eu passei um ano com as pessoas me dizendo para assistir Hamilton”, ela diz. Não ter assistido ainda, pode ser seu único arrependimento. Por isso ela vai assistir semana que vem.




Via

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial